"Como disse o fabuloso Maurício, era só uma história sobre pessoas e ratos. E a parte difícil era diferenciar as pessoas dos ratos." (pág. 9)
Terry Pratchett é o autor da série Discworld e parceiro habitual de Neil Gaiman. O Fabuloso Maurício se passa no Discworld, mas quase nenhuma referência é feita a isso - na verdade poderia se pensar que acontece no nosso Universo comum, se o Universo comum comportasse uma Universidade Invisível onde os ratos que fuxicam o lixo adquirissem, de repente, a capacidade de raciocinar e falar.
Maurício é um gato que adquiriu os mesmos dons e lidera o bando de Roedores Letrados e o garoto-com-cara-de-bobo. Eles viajam de cidade em cidade aplicando o golpe da praga dos ratos. O garoto é o flautista rateiro que o governo [denominação que Maurício dá para qualquer autoridade] contrata para atrair os ratos para fora da cidade, onde dividem o dinheiro. O golpe funciona perfeitamente até chegarem à cidade de Panqueca Estragada. O rato-filósofo Perigoso Feijão começa a questionar o plano de Maurício, a liderança de Fiambre Suíno [o rato-líder], a ter dúvidas existenciais.
"... nós não sabíamos que as sombras estavam lá, até vermos a luz." (pág. 40)
O alvo do livro é um público mais novinho, mas nada impede que adultos leiam e se divirtam com as centenas de referências que o autor sempre imiscui nas histórias. Como alguém na comunidade Discworld Brasil disse uma vez, Terry Pratchett escreve em camadas. Uma criança que lê Pratchett hoje pode reler daqui a 10 anos e encontrar um livro totalmente novo.
O Fabuloso Maurício e Seus Roedores Letrados Autor: Terry Pratchett Editora: Conrad ISBN: 8576160072 Ano: 2004 Edição: 1 Número de páginas: 248 Acabamento: Brochura Formato: Médio
O nome é o mesmo, o endereço também, mas o Circo Voador que reabre na próxima quinta-feira, no Rio, é outro. Há oito anos fechado, o terreno que sediou o rock brasileiro na década de 80 mudou de cara e, contrastando com seu passado alternativo, ganhou um empurrão oficial.
A Prefeitura do Rio bancou com R$ 4 milhões a obra de reconstrução. A antiga tenda foi trocada por uma lona de PVC prateada. Equipamentos de som e luz são novos, e o tratamento acústico pretende proteger os vizinhos da Lapa (centro) do barulho.
A coordenadora geral Maria Juçá recebeu ontem as chaves das mãos do secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis. Segundo ela, a prefeitura não entrará com mais recursos nem influirá na programação.
A reabertura, no dia 22, terá um show com nomes que fizeram sua história, como Lobão e Kid Abelha.
Da Agência Folha
Essa conversa me trouxe uma música à cabeça desde então, e muito provavelmente porque não consigo dissociar o nome Circo Voador de outro nome: Legião Urbana. Havia um Circo Voador em Recife. Onde assisti um memorável show do Legião.
FÁBRICA Letra: Renato Russo Música: Renato Russo
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez.
Não é pedir demais: Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que eu lhe peço
Eu quero trabalho honesto
Em vez de escravidão.
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem aguarda os portões da fabrica?
"Olha, eu sou fã do S.King - já li um monte de coisas dele e adorei, os contos gosto menos...mas os outros todos eu vibrei com cada um deles, até ler "Rose Madder", que conta a história de uma mulher que sofre violência doméstica, foge e o livro segue traçando, paralelamente, a vida da fugitiva e do marido que passa a ser o perseguidor - até o confronto final.
Mas algo não estava certo, o livro não me atingiu - acho que só vai atingir se alguém jogar o calhamaço na minha cabeça, ou, foi, a falta de clima...mas não acredito.
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Update - Lu Naomi - O Fabuloso Maurício e Seus Roedores Letrados - Terry Pratchett e - Post em riba!
quinta-feira, julho 15, 2004 ::: A Queda da Bastilha
Mensagem enviada por Leda Lins para a lista enanenes em 14/07/04.
Hoje a França comemora o dia da Queda da Bastilha, dia nacional dos franceses, mas que tem reflexo no mundo todo. Nesse longínquo dia na França (14 de julho de 1789) foram disseminados os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade e que, mesmo tantos anos depois, poucos países conseguiram atingi-los.
História Geral A Queda da Bastilha No dia 14 de julho de 1789 o povo de París saiu às ruas e invadiu a Bastilha, fortaleza que simbolizava o Absolutismo real, libertando seus prisioneiros. Para muitos era o início da Revolução Francesa. Os franceses ainda comemoram a Queda da Bastilha como a data nacional do país.
INTRODUÇÃO
Segundo a historiografia tradicional, a Queda da Bastilha marca o início da Revolução Francesa. Não há dúvida de que o movimento popular em Paris tenha grande significado, porém a Revolução deve ser vista como um processo, onde é necessário analisar a situação econômica do país, os interesses de classes envolvidos e os interesses dos demais países europeus.
A Queda da Bastilha
A BASTILHA
A Bastilha foi construída em 1370 e tornou-se uma prisão durante o reinado de Carlos VI; no entanto foi durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII que tornou-se uma prisão para nobres ou letrados, adversários políticos, aqueles que se opunham ao governo ou mesmo `a religião oficial. No dia 14 de julho a Bastilha abrigava apenas 7 prisioneiros, no entanto a multidão invadiu-a tanto por representar um símbolo do absolutismo, como para tomar as armas que haviam em seu interior.
A REVOLUÇÃO
A importância da Queda da Bastilha reside no fato de que a partir desse momento a revolução conta com a presença das massas trabalhadoras, deixando de ser apenas um movimento onde deputados julgavam que poderiam eliminar o Antigo Regime apenas fazendo novas leis. A gravidade da crise econômica havia envolvido todo o país em uma situação caótica: os privilégios dados à nobreza e ao Alto Clero dilapidaram as finanças do país, situação ainda mais agravada com a participação da França na Guerra de Independência dos EUA em ajuda aos colonos e palas secas, responsáveis por uma crise agrária, que levava os camponeses miséria extrema e determinava o desabastecimento das cidades assim como a retração do comércio interno.
O Rei Luís XVI Na medida em que a nobreza recusou-se a abrir mão de seus privilégios, o rei Luís XVI viu-se forçado a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que reuniria os representantes da Nobreza, do Clero e do Povo ( burgueses). As manobras políticas da realeza tinham por objetivo fazer aprovar nova legislação, que preservaria os privilégios do 1° e 2° estados e ao mesmo tempo sobrecarregariam o 3° estado.
Reunião da Assembléia Nacional Em17 de junho os representantes do povo se auto proclamam Assembléia Nacional. Esse fato representa de um lado o grau de organização e a consciência da burguesia, ancorada pelos ideais do Iluminismo, e ao mesmo tempo nos dá idéia de qual era a perspectiva de Revolução para essa classe social, eliminar o Antigo Regime, através de uma reforma na legislação, forçando o rei a aceitar o organização de um poder legislativo responsável pela elaboração das leis. Enquanto os deputados se reuniam na Assembléia, o rei reunia tropas na tentativa de evitar o movimento revolucionário, foi nesse contexto que formou-se a "Milícia de Paris" e no dia seguinte as ruas e a Bastilha eram do povo. O movimento revolucionário saia às ruas; percebia-se que somente com a participação e o apoio popular poderiam haver mudanças significativas. Apesar de organizada e armada, a camada popular urbana defendia a manutenção da Assembléia Constituinte e portanto acreditava que as novas leis poderiam trazer uma mudança significativa.
A rebelião camponesa no interior Ao contrário, no campo, a situação era demarcada por grande radicalização caracterizada por invasões de propriedades senhoriais,,onde muitos nobres foram executados, cartórios invadidos, onde os títulos de propriedade feudal eram queimados. Os camponeses não possuíam uma ideologia definida e nem um projeto acabado, porém o movimento - Grande Medo - refletia a situação de profunda miséria vivida no campo Ao fugir do controle da burguesia, o movimento camponês foi responsável por uma das primeiras mudanças significativas da Revolução: a 26 de agosto foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de inspiração iluminista, defendia o direito a liberdade, à igualdade perante a lei, a inviolabilidade da propriedade privada e o direito de resistir à opressão.
Quase findas minhas rápidas férias de julho, eis um breve comentário sobre alguns filmes assistidos e ainda não comentados por aqui:
- Shrek 2 - Não são necessários muitos comentários sobre esse filme para quem viu o primeiro. O excelente desenho segue a linha de humor inteligente que, embora adulto, não desagrada (e de quebra, ainda educa sobre a questão das diferenças) as crianças, mesmo que estas não entendam muito bem algumas piadas. Quem por exemplo ia imaginar um Gato de Botas charmoso como Antônio Banderas (ator que fez a dublagem desse personagem na versão em inglês) sendo preso com uma "ervinha" no bolso, num flagra de telejornal policial e sensacionalista (desses que persegue policial e ladrão com helicóptero)? E depois o mesmo Gato safado em uma performance a la "Flashdance", puxando uma cordinha que libera uma ducha no próprio corpo que se espicha sensualmente sobre uma cadeira? Perceberam que esse Gato ganhou o filme, né? Ah, sim, competiu legal com a cena do Biscoito Gigante afogado e "borbulhando" a frase spielbergiana : ?Seja bom...?
-Possessão - Este filme tinha tudo para agradar um público específico que curte comédia romântica com referências literárias (no qual me incluo!), mas infelizmente ficou devendo algo que ainda não consegui definir muito bem. Um casal de estudiosos da literatura inglesa na era vitoriana se envolve enquanto segue pistas sobre o trágico romance ocorrido em fins do século XIX, entre dois poetas nunca associados, ele, casado, ela, bissexual. Gwineth Pathrow é Dra. Bailey, especialista que, junto a seu par, o americano Roland Mitchell (Aaron Eckhart), e decifrando poemas da escritora Christabel LaMotte, sua antepassada, chega à conclusões tempestuosas. Infelizmente, a fraca química que rola no casal do presente não chega nem aos pés da paixão que avassala a vida dos poetas do passado: estão perfeitos Jeremy Northam (Randolph Henry Ash) e Jennifer Ehle em suas interpretações, bem diferente de seus, digamos, "duplos". Não saquei muito bem o título do filme, no roteiro não há nenhuma referência ao romance do século atual ter ocorrido por influência espiritual...
- Sobre Meninos e Lobos - Passei muito tempo com vontade de ver esse, mas não tinha nenhuma idéia do que tratava, nada lera sobre ele. Tive minhas expectativas superadas. Uma excelente trama que desnorteia o expectador com um final surpreendente. A infãncia de três meninos (Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, quando adultos) foi marcada pelo sequestro conjugado a abuso sexual pela qual passou o pequeno Dave (Tim Robbins). O assassinato da filha de Jimmy (Sean Penn) vai levar a fatos que reacenderão feridas e fecharão todo um ciclo de dor e sofrimento. Sean Penn e Tim Robbins ganharam o Oscar e o Globo de Ouro, nas respectivas categorias Melhor Ator (Drama, no Globo de Ouro) e Melhor Ator Coadjuvante, por sua interpretações. Dá-lhe, Clint Eastwood!
O Novato - Bom filme de espionagem, gênero do qual nunca fui muito fã, inclusive. Collin Farrel (gente, quem é essa criatura, ulalá!) é "o novato" promissor, selecionado a dedo pelo veterano Al Pacino por escusos motivos, vamos saber no final. Numa primeira parte do filme é apresentado o treinamento por qual passam os futuros agentes, muito legal toda essa passagem. Melhor que a segunda metade da história, na qual rola a trama em si, e que não contarei, para não perder a graça. Tem romance também, o novato se envolve por armação com uma colega da "Fazenda" (o nome que tem o centro de treinamento dos ?recrutas? e que seria o primeiro título do filme, "The Farm"), e eles findam apaixonados mesmo.
Em julho termina a saga Batman - Silêncio [Hush no original de 2003]. Pra quem tá acompanhando na revista mensal uma dica que só descobri semana passada: na Wizard n. 8 tem um interlúdio especial.
Não interfere em nada na seqüência, por isso tanto faz ler ou não. São meia dúzia de páginas que mostram o morcegão na batcaverna logo depois de machucar o ombro sendo costurado pelo Alfred. O que é importante nesse interlúdio é que essa é a primeira vez que ele leva a Mulher-Gato tão para dentro de sua vida.